Frantz Soares
Uma odisseia sem espaço
Atualizado: 26 de ago. de 2022
Por Tatata Pimentel
Março de 2001

Houve um tempo brasileiro quando se protestava, se dava opinião, se escolhiam os lados. Era povo, era artista. Todos tinham opinião. Antes foi o tempo obscuro cuja idéia única, partido único faziam do brasileiro uma massa uniforme, que aliás era regida por uniformes. Frantz falou através das pixações, que não eram dele, mas dos muros, das ruas e principalmente das vielas mal-iluminadas.
O protesto foi transposto para a tela, desenhos e gravuras. Foi época em que o Museu de Arte do Rio Grande Do Sul ousou fazer e patrocinar um artista principiante em sua primeira exposição individual.
Estas épocas de ousadia já passaram.
O belo aristotélico, aquele que enfeita, está hoje na moda. As artes plásticas disseram sim para a decoração.
Os protestos se calaram, as opiniões são unânimes.
É uma época ou uma posição estética?
Hoje Frantz volta a incomodar como antigamente e que alguém dê sua opinião. É o que está faltando.